Como aplicar metodologias de UX ao Design de Dashboards?

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Como aplicar metodologias de UX ao Design de Dashboards?

Artigo escrito por: Engel Trindade

Nos últimos anos, o uso de Dashboards se tornou cada vez mais comum em empresas e organizações que buscam analisar dados para tomar decisões mais assertivas. Porém, para que o seu Dashboard cumpra com o papel de facilitar a vida do gestor é preciso levar em consideração a metodologia de UX, conforme veremos neste artigo

É importante compreender que nem todos os dashboards são criados igualmente. Para que um dashboard seja eficaz, é necessário que ele seja projetado de forma clara e intuitiva, permitindo que o usuário entenda facilmente as informações apresentadas e tome decisões assertivas.

Nesse contexto, o design de dashboards desempenha um papel fundamental. Ele não só afeta a aparência do dashboard, mas também a maneira como as informações são apresentadas e compreendidas. Um bom design pode ajudar o usuário a identificar padrões, tendências e insights importantes nos dados, enquanto um design ruim pode levar à confusão e a interpretações equivocadas.

No entanto, o design de um dashboard não deve ser apenas estético. É importante considerar como as informações serão apresentadas e organizadas para que façam sentido para o usuário. Isso envolve a escolha dos tipos de gráficos e visualizações mais adequados, a ordenação das informações de maneira lógica e a seleção de cores que tornem as informações mais fáceis de entender. O que chamamos de “Storytelling com dados, inclusive recomendo a leitura do livro Storytelling com dados – Cole Nussbaumer Knaflic.

Para conseguir realizar um design com todas essa considerações é fundamental aplicar a metodologia de UX, conforme veremos a seguir.

Como aplicar metodologias de UX ao Design de Dashboards?

A verdade é que um profissional que compreende a junção dessas duas áreas é chamado de Data Design, uma forma de abordar o melhor das metodologias da experiência do usuário e aplicá-los em ferramentas de análise de dados como o Power BI.

1. Double Diamond (Duplo Diamante)

Um dos conceitos utilizado da metodologia de UX Design pensado para obter melhores resultados é Double Diamond (Duplo Diamante), um processo de Design Thinking.

1.1 Problema

O primeiro diamante é o Problema, dividido em pesquisa e insights.

1.1.1 A pesquisa

A pesquisa do Data Design é focada na entrevista com o usuário e deve ser feita de preferência em dupla e online, assim pode ser gravada e revista posteriormente.
A dupla deve ser dividida em um observador, responsável por anotar todos os pontos de atenção. E uma entrevistadora, responsável por conduzir a reunião.

O foco da entrevista é entender os seguintes pontos:

Como é a jornada do usuário?
Por que ele se comporta dessa forma?
Quais as principais dores?
Qual o público alvo?

1.1.2 Os Insights
Aqui é o momento onde as informações coletadas nas entrevistas serão revisitadas e avaliadas, separando o que faz sentido para seguir o projeto da melhor forma possível.

O objetivo dessa etapa é encontrar padrões.

Para isso o ideal é responder às seguintes questões:

Quais os usuários sentem mais dor?
Qual a frequência do problema?
Qual o impacto do problema?
Quais usuários vamos focar agora?
O que você espera alcançar com seu dashboard?
Quais as principais métricas

1.2 Solução

O segundo diamante é a Solução na qual deve atender as necessidades do usuário, gerar resultados para a empresa e deve ser viável tecnicamente.

A Solução é dividida em ideação e prototipação:

1.2.1 Ideação

Direciona sua ideação para a pergunta “como podemos?”

Como podemos trazer a melhor experiência do usuário, de forma a trazer todas as informações de forma clara, simples, com uma hierarquia visual para destacar as informações mais importantes e com foco no usuário.

1.2.2 Moodboard

Aproveite esse momento para criar um Moodboard ou painel semântico, é uma espécie de mural que pode ser composto por imagens, vídeos e elementos visuais que representam a essência de um projeto. Uma ferramenta visual que tem como finalidade transmitir conceitos e propostas de projetos. Em resumo, é o local onde você vai colocar suas referências.
Uma ótima deixa para que eu possa recomendar outro livro: Roube como um artista – Austin Kleon.

Após criar o seu Moodboard, é criado o esboço, então pegue papel e caneta e desenhe! “Em tempos digitais, não se esqueça de usar as suas digitais”. (Austin Kleon)

O início do designer é mesmo caótico, tudo parece nebuloso, até ficar claro e seguir uma linha , uma identidade visual.

1.3 Prototipação

A prototipação pode ser feita no Figma, uma ferramenta de design que nos permite de forma simples construir mockups, backgrounds e outras formas de design como sites e aplicativos.

1.3.1 Wireframe

O próximo passo é criar um wireframe do dashboard. Um wireframe é uma representação esquemática da interface do usuário que ajuda a definir a estrutura geral do dashboard.

1.3.2 Background

Após a construção do wireframe, é hora de criar um background, a tela de fundo do pbix. Ela irá conter a identidade visual do projeto, a disposição gráfica e a navegação de páginas.

Clique aqui para acessar o background no Figma.

1.3.3 Mockup

Um mockup, uma renderização de alta fidelidade do design do seu produto que mostra como ficará o produto final, criado para refletir o objetivo do dashboard, eles devem ser apresentados de uma maneira clara e fácil de entender.

Com os mockups é mais fácil entender como será a cor, a textura, o tamanho e a aplicação da marca em diferentes superfícies ou produtos e, por isso, são ferramentas importantes.

Outro fator a ser considerado é o uso de cores e elementos gráficos. Cores apropriadas podem ajudar a destacar as informações mais importantes, enquanto gráficos e ícones podem ser utilizados para complementar e ilustrar os dados.

Além disso, é importante pensar na disposição das informações dentro de cada elemento do dashboard, como gráficos, tabelas e indicadores. Certifique-se de que as informações estejam dispostas de forma clara e fácil de entender. É fundamental também evitar sobrecarregar o dashboard com informações desnecessárias ou irrelevantes.

Por fim, é importante testar o mockup e a hierarquia de informações com o público-alvo para garantir que o dashboard seja fácil de entender e que as informações estejam organizadas de maneira lógica e eficiente. Ajuste as melhorias com base no feedback dos usuários e nos resultados que você está obtendo.